Brandão, Teatro Grego
vb. criado em 05/06/2013, 19h38m.
index do verbete
JUNITO DE SOUZA BRANDÃO
FICHA DE LEITURA
PARTE I A TRAGÉDIA GREGA
1 A tragédia como elemento castrador do mito. Procurar o outro livro dele.
2 A tragédia veio do satÃrico (= sátiro).
3 [Zeus] e [Perséfone] geram o 1º [Dioniso] (zagreu). Hera manda os titãs mata-lo. [Atena] salva o coração que [Sêmele] come e gera o 2º DionÃsio. Enganada por [Hera] pede a zeus que se mostre em forma real, mas isso a destrói. Zeus recolhe o feto e o guarda na coxa. Nascido é criado por [Sátiro]s e [Ninfa]s. Inventa o vinho e a dança báquica.
4 Festa do vinho novo, anual, honra a DionÃsio, sacrificado na forma de [Bode] expiatório (para fugir dos titãs DionÃsio teria se transformado em bode e nessa forma foi morto). /10
5 Religião popular grega: conhecimento contemplativo (gnosis) + purificação para receber o divino (katharsis/Catarse) + libertação desta vida para outra, de imortalidade (athanasia). O homem, simples mortal, pelo êxtase e entusiasmo mergulha no deus, e o deus nele, comunga da imortalidade, torna-se herói, isto é, alguém que ultrapassa o metron (medida) e torna-se ator, isto é, um outro.
6 Isso se choca com a religião oficial da polis, aristocrática. Os deuses olÃmpicos, representando a aristocracia, sentem-se ameaçados pela desmedida dos mortais que, em êxtase, escapam de interditos éticos, polÃticos e sociais. Por isso a nemesis (ciúme dos deuses) pune a hybris do mortal com a ate (cegueira da razão): tudo o que o [Herói] fizer voltar-se-á contra ele mesmo e cairá nas garras da moira (destino cego).
7 Anthropos (mortal comum) ultrapassa o metron (medida de cada um) pelo êxtrase/entusiasmo, torna-se ator, mas sua hybris (desmedida) causa sua nemesis que o castiga com a ate (cegueira da razão).
8 A tragédia só se realiza quando o metron é ultrapassado.
9 Como obra de arte a tragédia é a desmitificação da bacanalia: o Estado se apoderou da tragédia e fez dela apêndice da religião oficial /12.
10 Platão: arte é imitação da imitação e, pois, imoral.
11 Aristóteles: arte = mimese e catarse. A tragédia imita ações dolorosas, temperando-as, provocando terror e compaixão e purificando tais emoções /13.
12 Os mitos são horrÃveis, e, pois, atrágicos. O poeta alivia essa matéria bruta de paixões introduzindo o terror e a compaixão, para tornar a tragédia, filtrada, purificada, esteticamente operante, capaz de provocar sentimentos compatÃveis com a razão /14.
13 O herói é o homem que cai no infortúnio (metabole, mutação da fortuna) não por ser perverso e sim por causa de algum erro /14.
II ÉSQUILO, O TEATRO DAS CATÃSTROFES INEVITÃVEIS
14 Ésquilo, fim do séc. VI a. c.. Personagens mais heróis que homens. Luta desesperada das trevas contra a luz, [Hades] e olimpo, a moira e a dike (justiça). Busca conciliação entre a justiça e o destino cego. Substitui a liberdade pela fatalidade. A moira, e não o homem, é a medida de todas as coisas.
15 O homem é o sonho de uma sombra ([PÃndaro]). Homo é húmus, terra, barro, humilis é próprio da condição humana.
16 Se o homem ultrapassa o metron (medida) comete hybris, violência contra a divindade.
17 ‘O homem não deve ter sentimentos orgulhosos, pois a hybris, ao amadurecer, produz espigas de erro e a seara ceifada será tão-somente de lágrimas’ (Ésquilo, Os persas).
18 ‘quando um homem se aplica à própria ruÃna, os deuses trabalham com ele’ (Ésquilo, Os persas).
19 a) drama sem esperança nem promessas /20. O sofrimento é uma página de sabedoria: ‘zeus abriu aos mortais os caminhos da prudência, e ele, zeus, o mestre, lhes deu esta lei: sofrer para compreender’ (Ésquilo. [Agamenon]); b) seu teatro é uma teomorfização (?), e seus personagens são antes heróis, gigantes, do que seres humanos. Seu drama é uma luta desesperada entre trevas e luz, agonia e terror, hades e olimpo /42; c) O coletivo sempre supera o individual porque os personagens existem em função da fábula (e por isso suas tragédias nunca tem fim, obra aberta), ao contrário de Sófocles onde a fábula existe em função da personagem central (por isso o drama se completa, obra fechada); d) a moira, e não o homem, é a medida de todas as coisas, o homem não passa de ‘um sonho de uma sombra’ (PÃndaro): a liberdade é substituÃda pela fatalidade /42; e) crença na pólis, isto é, no coletivo; f) importa o fazer, julgam-se os fatos, porque seu teatro é uma catástrofe inevitável, gerada pela desmedida e pela hybris; g) esmagando o homem no fecho do drama a ordem cósmica se reequilibra e testemunha a sua firmeza; h) seu teatro é a representação profundamente religiosa de um evento lendário /57; i) fio condutor: a moira /57; j) conforme Aristófanes, Ésquilo era esteio dos valores antigos, sacerdote de uma arte severa e religiosa, que alimentava o espÃrito dos espectadores com as virtudes e a coragem de Maratona e Salamina /86, homens valentes, apaixonados pela guerra, “corações revestidos de sete peles de boi†/87; ‘ninguém poderá citar em meus versos mulher alguma enamorada’ /88; ‘o dever do poeta é ocultar o vÃcio, não propagá-lo e trazê-lo à cena (...) se para as crianças o educador modelo é o professor, para os jovens o são os poetas. Temos o dever imperioso de dizer unicamente coisas honestas’ /88 (trechos de As rãs).
20 O guenos maldito. A hamartia é uma herança. Oréstia, encenada em 458 a. C.. [Tântalo], [Pélops], [Tieste] e [Atreu], [Egisto] e [Agamenon].
a M. c.: (da wkp): A hamartia também é conhecida pelos nomes de falha aristotélica e erro trágico. Para Aristóteles era necessário que a peripécia consistisse no infortúnio de um homem bom. Outras possibilidades de reviravolta não eram recomendáveis: o infortúnio de um homem mau e o sucesso de um homem bom não provocariam comoção; o sucesso de um homem mau provocaria comoção, mas não catarse, por ser moralmente condenável. Aristóteles, com base nesse raciocÃnio, declara que, para que a tragédia fosse o mais efetiva possÃvel, o herói deve cometer o erro trágico em decorrência da ignorância de algum dado importante, e não impelido por uma falha de caráter, pois neste caso ele não poderia ser considerado um homem bom. Nas tragédias de Shakespeare, as reviravoltas são, na maioria das vezes, motivadas por falhas de caráter dos personagens. A constatação da efetividade de tais tragédias levou os teóricos românticos a usar o termo hamartÃa com um significado mais abrangente, o de tragic flaw (defeito trágico). De acordo com esses teóricos, os erros de Macbeth, originados mais de sua ambição do que de sua ignorância de alguma circunstância importante, também podem ser legitimamente chamados de hamartÃa.
b M. c.: (da wkp) Na mitologia grega, Egisto (em grego: Αἴγισθος, Aigisthos) era filho de uma relação incestuosa de Tiestes e da própria filha deste, Pelópia. Atreu, irmão de Tiestes, casou-se com Pelópia sem saber que esta era sua sobrinha. Quando Egisto nasceu, Atreu aceitou-o como seu próprio filho, porém Egisto descobriu sua verdadeira identidade e, pressionado por Tiestes, matou seu pai adotivo. Era amante da rainha Clitemnestra. Com ela, matou o marido dela (e seu primo), Agamemnon, comandante dos exércitos gregos em guerra. Pretendeu matar sozinho Orestes, filho de Clitemnestra, mas este foi salvo por Electra, que sabia a trama toda. Foi assassinado junto com a amante pelos dois, que vingaram a morte do pai. Egisto e Clitemnestra foram pais de Erigone, que teve um filho (ilegÃtimo) com seu meio-irmão Orestes, chamado Pentilo.
21 A trilogia (a Oréstia: Agamenon, Coéforas e Eumênides) começa nas trevas e termina na luz (m. c.: isso não contradiz o que foi dito antes).
22 Oréstia e ginecocracia. O conflito entre têmis e dike é entre matriarcado e patriarcado, o amor da mãe e a lei do pai. Deuses antigos versus deuses novos.
23 ‘Falo de bom grado para os que sabem, mas com os que não sabem, esqueço tudo’ (Agamenon).
24 Toda tragédia grega tem uma mensagem polÃtica (kitto) /26.
25 Bachofen, 1975. Matriarcado, supremacia da mulher no governo e na religião. A era do amor, importância dos laços de sangue, vÃnculo com a terra-mãe. Aceitação passiva dos fenômenos naturais. FamÃlia aberta, universal, todos os homens são iguais porque irmãos. PredomÃnio do caos, da natureza, da liberdade e do eros.
26 Patriarcado, respeito à lei e à ordem, predomÃnio do racional (logos), esforço para mudar a natureza, igualdade substituÃda por hierarquia. Era do logos.
27 As [ErÃnias] são a [Terra], que é [Mãe]. As forças telúricas, ctonianas, são vida e Morte.
III SÓFOCLES
28 A [Ópera] Édipo Rei, de Stravinsky, com legendas em espanhol: http://www.youtube.com/watch?v=lTktBwimAtU
29 O filme de 1957: http://www.youtube.com/watch?v=ZZUCgq8LfhY
30 1961 Greek film adapted from Sophocles' tragedy, directed by Georges Tzavellas with Irene Papas as Antigone, with English subtitles: http://www.youtube.com/watch?v=7yPFbccjKjY
31 Guenos. Parentes de sangue, sagrado. Hamartia vingada pelas erÃnias. Parentes por afinidade, tios e sobrinhos, parentesco profano, vingança executada pelo parente mais próximo. Vingar a ofensa ao parente é obrigatório /37.
32 Hereditariedade moral. A hamartia recai sobre o guenos inteiro. Transmissão hereditária da falta, como se transmitem as taras /38.
33 Labdácidas, ancestrais de édipo. [Lábdaco] neto de Cadmo e pai de [Laio].
34 CaracterÃsticas do teatro de Sófocles: a) seu drama se passa em dois planos, do ator e no do espectador (?); b) há ironia trágica; c) sua tragédia é o desenvolvimento normal de uma vontade e um caráter numa situação dada /42; d) seu teatro é antropocêntrico e teosférico (?): o herói é dotado de vontade livre para agir pouco importa quais sejam as consequências; e) os deuses ficam à distância e atuam por meio de intermediários (adivinhos); f) a fábula existe em função da personagem central (por isso o drama se completa, obra fechada), ao contrário de Ésquilo onde o coletivo sempre supera o individual porque os personagens existem em função da fábula (e por isso suas tragédias nunca tem fim, obra aberta); g) crença no individual; h) só se podem julgar os atos, porque o logos, a razão, a vontade humana rege os acontecimentos: seu teatro é um dama de krisis, de uma escolha; o homem é um concausante do próprio destino; i) no fecho da tragédia, as personagens se apagam numa sombra fÃsica e psÃquica /56; j) fio condutor: o Logos /57; k) segundo Aristóteles, pintava os homens como deviam ser /60; l) conforme Aristófanes, era impregnado de cultura sofÃstica (v. Sofistas), e fez crÃtica dissolvente dos princÃpios tradicionais da moral e da religião, mostrando deuses e heróis com vÃcios e deformações, abaixo dos simples mortais /87.
35 Ninguém se considere feliz, se ainda não andou todo o caminho da vida sem ter sofrido (Édipo Rei) /42.
36 Antigona foi encenada em 441 a.C., e Édipo Rei em 430 a. C., Édipo em Colono em 401 a. C..
37 O tema básico das três tragédias é o conflito entre pai e filho, entre a lei do pai e a lei da mãe, que o filho encarna, entre uma ordem social e religiosa baseada nos poderes e privilégios do pai e a lei antiga, o princÃpio matriarcal, que enfatiza o homem, o amor, a lei natural /47-49.
38 ‘O elemento mais importante do conteúdo real dum sonho ou mito aparece como a parte menos importante ou até mesmo insignificante da formulação manifesta, enquanto a parte desta onde recai o destaque é apenas a parte secundária do conteúdo real’ /49. O elemento mais importante do enigma da [Esfinge] não é a pergunta, mas a resposta, o homem. Só pode salvar a humanidade quem sabe que o próprio homem é a resposta para as perguntas mais difÃceis.
39 ‘muitas coisas admiráveis existem, de todas, porém, a mais portentosa é o homem’ (AntÃgona) /49.
40 ‘será belo morrer por isso: repousar, amada, ao lado de quem amo, por tão santo crime. E se é mais longo o tempo em que hei de agradar aos mortos, do que aos vivos, lá descansarei...’ (AntÃgona) /52.
41 ‘esses que aà estão, todos me aplaudiriam, se não lhes travasse a lÃngua a covardia. Esta, entre outras, é a vantagem dos tiranos: dizer e fazer tudo o que bem entendem’ ([AntÃgona]) /53.
42 ‘a lei da morte iguala a todos’ (AntÃgona) /53.
43 Com a queda da monarquia, no séc. X a. C., a têmis, a ordenação divina, foi substituÃda por diké, a justiça baseada nas leis, que surgiram dos costumes /54.
44 A insegurança é uma das caracterÃsticas primárias da tirania, conforme Foucault. /56
IV EURÃPEDES
45 CaracterÃsticas: a) concebe a tragédia com ouma práxis do homem; b) profunda dicotomia entre o mundo dos deuses e o dos homens; c) o cosmos trágico não é mais o mito mas o coração do homem; d) consciente dessacralização do mito; e) proletarização da tragédia; f) fio condutor: o eros, a força da paixão /57; g) não podendo chegar a uma conclusão (entre as várias correntes filosóficas) tornou-se o poeta da busca; h) encontrou o gênero já em maioridade literária, elevado à perfeição pelos antecessores, com o gosto do público formado; i) personagens e fábula elaborados em função do pathos; j) o coro não é mais ator ou confidente do personagem, é porta-voz do poeta; k) introduz o coadjuvante-orelha, a ama, confidente e inconsciente do protagonista; l) vigora, em vez da moira ou da diké, a tykhe, o poder do acaso, que será o deus do séc. IV a. C. /60; m) segundo Aristóteles, pintava os homens como são; n) a dicotomia trágica não e mais deuses x homem, mas ambos residindo no Ãntimo do homem.
46 ‘Quem sabe se morrer não é viver, e viver não é morrer?’ /60.
47 [Medéia], encenada em 431 a. C.: a moira já anda cansada, e o destino do homem nasce do demônio que habita em seu peito /63.
48 Seria impossÃvel conceber como homem trágico – nos termos de Aristóteles – quem não seja como nós, porque não se sente piedade ou terror por um estranho. Assim, Medéia é mais uma figura trágica que uma personagem trágica /64, personifica as forças cegas e irracionais da natureza /70.
49 ‘Já frequentemente constatei que um humor irascÃvel é um flagelo sem remédio’ (Medéia) /66.
50 ‘todos os amigos fogem e se afastam do pobre’ (Medéia) /67.
V ARISTÓFANES
51 A palavra Comédia indica um grupo de foliões, komos, uma procissão alegre. /7152 A comédia é o antônimo da tragédia já que sua finalidade é contemplar a vida de um ponto de vista antitético /71. Quase sempre desagua na sátira, isto é, a representação das coisas imaginadas piores do que realmente são /78.
53 A comédia antiga nasceu de dois elementos dÃspares, o komos e a farsa /72. Segundo Aristóteles veio dos cantos fálicos, que acompanhavam as falofórias, procissões solenes em que se escoltava um [Falo] sÃmbolo da fecundidade e da fertilização da terra /73.
54 A farsa é a extrapolação do cômico com o emprego de recursos grosseiros como o absurdo, incongruências, caricatura, situações ridÃculas; a farsa depende mais da ação que do diálogo, mais dos aspectos externos (cenário, roupagem, gestos) do que do conflito dramático (Moisés, /73).
55 A comédia se divide em duas partes, a primeira é um ágon, uma luta, um debate (provém do komos), a segunda uma revista, uma série de sketches que esclarecem a ação da primeira (provém da farsa dórica) /72. É fusão do elemento religioso com o satÃrico e o profano /74.
56 No meio há a parábase, um divisor de águas: uma suspensão da ação e uma chamada dos espectadores à realidade; é uma conclusão provisória à primeira parte (no caso das rãs é um discurso sobre a polÃtica atual de Atenas, feito pelo coro falando em nome do autor) /73. O coro despe as vestimenta cênica e as máscaras, recobrava sua verdadeira personalidade e, virando-se para os espectadores, interpelava-os em nome do poeta /79.
57 Descreve uma espécie de [Halloween] grego, hábito de jovens disfarçados de animais saÃrem de porta em porta pedindo donativos e incomodando os transeuntes com motejos /74.
58 Muitas festas religiosas em Atenas incluÃam um rito de aiskhrologuia, troca de expressões obscenas, grosseiras, rito tradicional, de origem agrária e visando atrair fecundidade do solo. A parte mais grosseira da comédia é exatamente a que veio da sua origem religiosa /74.
59 A comédia de Mégara, a mais antiga, era uma farsa camponesa áspera e grosseira, violenta, onde a caracterização comum dos atores era um falo sobre um ventre enorme. Outro antecedente, a comédia ática, incluÃa um debate, uma batalha entre coro e protagonista /75.
60 Na comédia antiga nasceu oficialmente em 486 a. C., e nela a polÃtica sempre foi tema importante. Era um gênero que dependia de plena liberdade de palavra, de forma que nasceu e morreu com a democracia ateniense, implantada em 594 a. C. por [Sólon] /75.
61 Aristófanes: a) sabe-se o que ele ataca, não o que ele defende; b) condena e satiriza o abuso dos sistemas (filosóficos, artÃsticos, polÃticos); c) intérprete da classe rural; d) preconiza uma paz sem elevação, consistente em vida farta, em camponeses bem nutridos; e) apologista do passado, considerava sua época toda errada; f) o riso é um fim em si mesmo, fim absoluto; g) aos espectadores limitados pela natureza humana e controle divino, oferece evasão imaginária; h) sua comédia é desafio à doutrina do meio-termo /77-78; i) convicção de que a poesia deve ter no Estado uma função educativa
62 As [Rã]s, encenada em 405 a. C.. Última comédia antiga: fim da democracia ateniense e advento do governo dos trinta tiranos.
63 Os concursos dramáticos ocorriam em Atenas nas festas dionisÃacas: DionÃsias Urbanas, em fins de março; Leneanas, inverno, fins de janeiro; DionÃsias Rurais, últimos dias de dezembro, nas aldeias /78.
VI MENANDRO E A COMÉDIA NOVA
64 Com o fim da democracia e da comédia antiga, que visava o ideal patriótico (a paixão pela polis e pelo logos, foco na polÃtica, prevalecem os deuses gregos), surge a comédia nova, com o ideal da famÃlia (foco na vida privada e no amor, deuses orientais prevalecem). /91
65 Fim da coregia, obrigação dos ricos de sustentar os coros, leva ao desaparecimento do coro /92/, que deixa de ser personagem e passa a fazer apenas intervenções para marcar e preencher os intervalos entre os atos /101.
66 Menandro: linguagem comedida, comédia bem comportada, sem gÃrias, calões ou pornografia, simples e cotidiana, de tom burguês personagens passionais mas indulgentes. Uma comédia mais urbana, contra a comédia rústica dos antigos. Mulheres singelas e modestas /105. Ação lenta, poucos incidentes, estudo de caracteres /95. Tema fundamental: o amor contrariado por conflito de gerações, pela diferença de caracteres ou por obstáculos vindos da desigualdade social ou oposição paterna. O final inclui reconciliação e casamento(s) /93. Defesa da ideia de mesotes (meio termo, compromisso, entre democracia e aristocracia), de Aristóteles, com criação de uma classe média, com a repartição das riquezas mediante o casamento entre filhos de famÃlias pobres e ricas /94.
67 O misantropo, encenada em 316 a. C..
68 Visão epicurista /v. Epicurismo: os deuses não se metem nos assuntos humanos. O grande deus da comédia nova é tykhe, o acaso.
PARTE II BIBLIOGRAFIA
69 B985t Brandão, J. (1985). Teatro grego: tragédia e comédia. Petrópolis: Vozes.Páginas que tratam do tema ^: